quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Grande Diferença

Um executivo em visita a uma cidade turística saiu do hotel em que estava hospedado certa manhã para caminhar. Quando chegou à beira da praia, deparou com uma visão atordoante: inúmeras estrelas-do-mar haviam sido lançadas na praia durante a noite pela maré alta. Ainda estavam vivas e se moviam, subindo umas em cima das outras na tentativa de voltar para o oceano. Aquele homem tinha consciência de que não demoraria muito até que o sol cozinhasse aquelas pobres criaturas. Ele queria fazer alguma coisa, mas havia milhares delas, até onde os olhos podiam ver, e qualquer tentativa de salvar todas elas seria inútil.
Assim, seguiu em frente. Caminhando um pouco mais pela praia, viu um menino que se abaixou, pegou uma estrela-do-mar e jogou-a como um frisbee de volta ao oceano. O menino repetiu o processo várias vezes, aumentando cada vez mais a velocidade, numa óbvia tentativa de salvar o máximo possível delas.
Percebendo a intenção do menino, o executivo sentiu-se na obrigação de ajudá-lo e também ensinar-lhe uma dura lição de vida. Foi até o pequeno e disse:
 - 'Filho, deixe-me dizer-lhe uma coisa. O que você está fazendo aqui é nobre, mas não é possível salvar todas essas estrelas-do-mar. Existem milhares delas. Está começando a ficar muito quente, e todas elas vão morrer. É melhor você seguir seu caminho e brincar. Não dá para fazer nenhuma diferença aqui.'
O menino não disse nada num primeiro momento; ficou simplesmente olhando para o executivo. Então, abaixou-se, pegou outra estrela-do-mar, jogou-a no oceano o mais longe que pôde e disse:
 - 'Bom, eu fiz toda diferença para essa aqui.'


É comum as crianças nos ensinarem mais do que nós a elas, e certamente foi o caso aqui. Esse menino não permitiu que a magnitude da situação o impedisse de fazer aquilo que estava ao alcance: salvar uma estrela-do-mar por vez. Talvez o melhor resumo da idéia tenha sido apresentado por Helen Keller: "Sou apenas uma, mas ainda sou uma. Não posso fazer tudo, mas ainda assim posso fazer alguma coisa; e não é porque não possa fazer tudo que vou me recusar a fazer algo a meu alcance".


Fonte: Livro "Um mês para viver"

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