quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Deus é digno de ser adorado

1. Deus é digno de ser adorado porque Ele é o Senhor da glória.


Deus é digno de ser adorado. O maior prazer, a maior alegria, a maior satisfação que um ser humano pode experimentar é adorar a Deus em espírito e em verdade (cf. Jo 4.23). Agostinho de Hipona, em suas Confissões, declarou que nós fomos criados por Deus e que nossas almas encontram descanso somente em Deus. O salmista declarou que na presença do Senhor há “alegria plena”, “eterno prazer” (Sl 16.11). Deus criou todas as coisas (Gn 1.1; Sl 102.25). Tudo o que existe, tudo o que já existiu, tudo o que ainda existirá, deve sua existência a Deus – inclusive nós, seres humanos. O vasto universo, com suas miríades de galáxias aparentemente sem fim, foi projetado por Deus, a maior obra de arte jamais criada, salpicada do fulgor de bilhões de sóis, visando um único propósito: proclamar a glória do Criador! (Cf. Sl 19.1; Is 6.3). 


Nada e ninguém é tão majestoso, tão exaltado, tão sublime e excelso quanto Ele, o Senhor da glória! (Sl 24.1,9,10). Por isso Ele não compartilha a Sua glória com ninguém (Is 42.8): fazê-lo seria idolatria. Pois quem é comparável ao Onipotente? (Is 40.18; 46.5). A maior insensatez humana é não dar a glória devida a Deus (Rm 1.18-23). O pecado afastou a humanidade de seu Criador, impedindo-nos de desfrutar de Sua glória (Rm 3.23). Somente através de Cristo Jesus temos acesso às delícias da glória de Deus (Ef 1.3-14; cf. Sl 16.11), para as quais fomos criados (Is 43.7). Esse Deus maravilhoso, excelso, soberano, altíssimo, sublime e exaltado, veio ao nosso encontro, seres decaídos, corruptos, perversos – nos alcançou com seu amor imensurável, com sua eterna salvação, com sua bondade e generosidade inesgotáveis (Is 43.1-7; Jo 3.16; Rm 5.8; 8.38,39). Ele tem, portanto, duplo direito sobre nossas vidas: como Criador e como Redentor. Como não adorá-lo? Como não servi-lo? Como não entregar, dedicar, consagrar, confiar nossas vidas a Ele? Há muitos que buscam o sentido da vida, a razão para viver. Quem conhece Jesus já sabe: Deus é nossa razão de viver! Não há alegria nem felicidade nem prazer nem satisfação maior do que viver para Deus (Sl 4.7; 43.4; Is 35.10; Rm 11.36; Ap 4.11). Ele é o nosso Bem Supremo.


2. Nossa alma tem sede de Deus.

Esta vida e este mundo são insuficientes para satisfazer as aspirações da alma humana (cf. Ec 3.11). Perdido no mundo, perdido em si mesmo, o homem busca incessantemente meios de preencher o vazio que tem dentro de si – um vazio que somente pode ser preenchido por Deus – sem nunca atingir seu objetivo (Jr 2.13).

Nada parece fazer sentido. Nada parece ter uma razão de ser. Tudo, para o homem sem Deus, parece obra do acaso, fruto do azar. Vagando e tateando nas trevas espirituais, nas trevas de sua própria ignorância e pecaminosidade, o homem ruma para a perdição eterna sem ao menos encontrar uma resposta satisfatória para suas perguntas básicas – suas questões últimas, suas dúvidas existenciais. O mundo tão rico e tão pobre, a vida tão cheia de oportunidades – muitas jamais alcançadas! Tantos tesouros fora do alcance – tudo parece ser uma piada cósmica cruel, destituída de sentido. A vida humana não parece ter mais valor, na vastidão do universo, do que a vida de um rato ou de uma ameba.

O salmista proclama: “a minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo” (cf. Sl 42.1,2; 63.1). O anseio humano pela eternidade, expressado pelo autor de Eclesiastes (3.11, citado acima), nada mais é do que o anseio da criatura pelo Criador. Como diria Agostinho, nossas almas somente encontram descanso em Deus. Fomos criados por Ele e para Ele (Rm 11.36). Não há satisfação nem realização longe de Deus (cf. Sl 84). Por isso aqueles que conheceram a graça divina passam a ser aquilo que John Piper chama de “cristãos hedonistas” – pessoas que encontraram o maior prazer e a maior alegria de suas vidas em Deus (cf. Sl 73.25,26).


3. Aproximando-se corretamente de Deus.

No entanto, há um modo correto de aproximar-se de Deus. É verdade que a Bíblia declara que “Deus é amor” (1Jo 4.8,16). Mas o amor é apenas um dos atributos divinos – existem outros, como santidade e ira contra o pecado. Deus é santo (Is 5.16; 6.3) e não tolera o pecado (Is 1.28; 59.2). O autor de Hebreus declara categoricamente que Deus, em Sua soberania, exerce disciplina sobre nossas vidas, para que possamos participar de Sua santidade (Hb 12.10). De fato, há uma constante, firme e inescapável exigência divina com respeito à santidade (1Co 6.12-20; 2Co 7.1; Cl 3.1-17; 1Pe 1.13-16). O Apóstolo, em Rm 6.1-14, argumenta vigorosamente que os (verdadeiros) cristãos morreram para o pecado, e agora vivem somente para Deus. Na segunda parte do capítulo (6.15-23), ele afirma que outrora éramos escravos do pecado e estávamos livres da autoridade divina; agora, porém, em Cristo, estamos livres do poder do pecado, e nos tornamos “servos” (no original, escravos) da justiça de Deus. Em sua epístola aos Efésios, o Apóstolo ensina que há um “caminho” de boas obras que Deus preparou de antemão para que andemos nele (Ef 2.10). O autor de Hebreus complementa, aludindo ao “novo e vivo caminho” que foi aberto por nós pelo sacrifício de Cristo (Hb 10.20). Esse é o caminho da santidade, “sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).


Há, portanto, um modo correto de aproximar-se de Deus. Jesus declarou: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14.6). Foi em Cristo que Deus nos escolheu, para sermos “santos e irrepreensíveis” (Ef 1.4). O cristão tem um caminho de santidade para percorrer.


4. Adorar a Deus é nossa verdadeira alegria!

Deus é digno de ser adorado e o ser humano somente se realiza como tal ao adorar a Deus, seu Criador. A busca por felicidade, por segurança, por alegria, por satisfação e realização, encontra seu término em Deus. Agostinho estava certo. Nossas almas somente encontram descanso em Deus (cf. a declaração do salmista em Sl 30.11,12). Nesse sentido, o modo como Jesus descreve o “Reino dos céus” é revelador: “é como um tesouro escondido no campo. Certo homem, tendo-o encontrado, escondeu-o de novo e, então, cheio de alegria, foi, vendeu tudo o que tinha e comprou aquele campo” (Mt 13.44). A alegria indizível daquele homem, que se desfez de todas as suas propriedades para adquirir o valiosíssimo tesouro, é uma representação da alegria daqueles que abandonaram tudo – suas posses, seus planos, seus projetos, seus sonhos, e a si mesmos – para obter o maior dos tesouros, a maior das alegrias, o maior dos prazeres: a comunhão com Deus (Jo 16.22). A oração de Paulo pelos efésios expressa o desejo do Apóstolo de que eles – e também nós – possamos experimentar em toda a sua plenitude o maravilhoso amor de Cristo (Ef 3.14-21). Diante de tudo isso, só podemos nos juntar a Judas, o meio-irmão de Jesus e irmão de Tiago, e proclamar: “ao único Deus, nosso Salvador, sejam glória, majestade, poder e autoridade mediante Jesus Cristo, nosso Senhor, antes de todos os tempos, agora e para todo o sempre! Amém” (Jd 25).


Selah - All My Praise

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Voe alto, muito alto!

Observando o voo dos planadores, lembrei-me das águias de que trata o capítulo 40 do Livro de Isaías e de sua comparação àqueles que põem a sua confiança em Deus. Diz o seguinte o trecho a que me refiro, no versículo 31: “Os que esperam no Senhor renovarão as suas forças; subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão”.

Primeiramente, a associação da águia aos que dão crédito à Palavra e acreditam nas suas promessas, comprova uma atitude de Deus para com os seus filhos: Deus os está querendo ensinar a voar. Depois, por causa das características do voo da águia, Deus os está querendo ensinar a voar mais alto e acima das situações que lhes possam parecer desfavoráveis.

A águia é uma ave peculiar. Em meio a uma tempestade, por exemplo, ao passo que as demais aves (e animais em geral) fogem e procuram abrigo, a águia vai de encontro às nuvens, utilizando a impetuosidade dos ventos para alçar um voo mais alto. A águia sobrevoa a tempestade e será o mesmo com os que “esperam” em Deus.

A proeza da águia é, de fato, bastante aplicável à nossa vida. É provável, por exemplo, que você mesmo, por vezes, encontre-se em situações de verdadeira tempestade, nas quais ao mesmo tempo em que um turbilhão de problemas o ameaçam, você geralmente se isola (para se proteger) e, limitado, não consegue enxergar uma saída. Então, é hora de Deus lhe ensinar a voar à maneira dele.

Isso não significa dizer que em todos os casos você terá situações melhores. O momento do voo alto da águia é aquele em que sentimos o cuidado de Deus e ouvimos a sua voz, falando brandamente no nosso coração, acalmando-nos e convidando-nos a subir até Ele, ter um momento de descanso, apenas pairando sobre as circunstâncias que nos afligem e enxergando as coisas de modo panorâmico e distanciado. O voo alto é, assim, a compreensão da sua própria condição, dos princípios espirituais que a regem e da força que tem a sua fé quando depositada em Jesus Cristo. É uma experiência nobre.

Esse tipo de vida certamente traz paz, mesmo no meio da tempestade. Você aprende a não perder a alegria e a motivação e, por mais intensos os ventos da adversidade, a utilizá-los como meio de subida a um nível mais alto em Deus. Então, não perca tempo. Confie na Palavra do Senhor, comece a enxergar as coisas pela ótica daquele que está acima de todas as coisas, enfrente as tribulações e aproveite-as para voar muito, muito mais alto.

Deus o abençoe,

Ap. Rina

Toque no Altar - Minha Herança

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Nas mãos do Ourives

Havia um grupo de mulheres num estudo bíblico do livro de Malaquias. Quando elas estavam estudando o capítulo três, elas se depararam com o versículo 3 que diz: “Ele se assentará como um refinador e purificador de prata…“. Este verso intrigou as mulheres e elas se perguntaram o que esta afirmação significava quanto ao caráter e natureza de Deus.

Uma das mulheres se ofereceu para tentar descobrir como se realizava o processo de refinamento da prata e voltar para contar ao grupo na próxima reunião do estudo bíblico. Naquela semana esta mulher ligou para um ourives e marcou um horário com ele para assisti-lo em seu trabalho.

Ela não mencionou a razão de seu interesse na prata nada além do que sua curiosidade sobre o processo de refinamento da prata. Enquanto ela o observava, ele mantinha um pedaço de prata no fogo e deixava-o aquecer. Ele explicou que no refinamento da prata devia-se manter a prata no meio do fogo onde as chamas eram mais quentes de forma a queimar todas as impurezas. A mulher pensou em Deus mantendo-nos em um lugar tão quente; depois, ela pensou sobre o verso novamente… “Ele se assenta como um refinador e purificador de prata”.

Ela perguntou ao ourives se era verdade que ele tinha que sentar-se em frente ao fogo o tempo todo que a prata estivesse sendo refinada. O homem disse que sim, ele não apenas tinha que sentar-se lá segurando a prata, mas também tinha que manter seus olhos na prata o tempo inteiro. Se a prata fosse deixada, apenas por um momento em demasia nas chamas, ela seria destruída.

A mulher silenciou por um instante. Depois, ela perguntou: “Como você sabe quando a prata está completamente refinada?”. E o homem respondeu: “Oh, é fácil! – o processo está pronto quando vejo minha imagem refletida nela”.